2 - AS FUNÇÕES
2.1- A Equipe de Acolhida
A equipe de acolhida, onde houver, deve chegar antes ao local da celebração
para acolher as pessoas que chegam. A acolhida deve ser feita com alegria,
simpatia e simplicidade. Tudo com muita naturalidade. As desavenças pessoais
não devem dificultar um sorriso e um aperto de mão à porta da igreja. O membro
da equipe de acolhida podem entregar os folhetos para a celebração ou deixar
essa função com as crianças ou para os coroinhas. Cabe à equipe de celebração
acompanhar os idosos até o banco; providenciar um lugar para as mães com
crianças de colo ou para as grávidas. É também dever da equipe de acolhida
fazer com que as pessoas entrem na igreja e não fiquem paradas na porta. Sempre
que necessário, a equipe de celebração poderá organizar as procissões,
principalmente a das ofertas. No final da celebração a equipe estará na porta
da igreja agradecendo a presença das pessoas e convidando para a próxima
celebração.
2.2 - Os coroinhas
É muito louvável que haja coroinhas. Mas eles devem ser instruídos. Por
exemplo, explicar-lhes que devem levar ao altar primeiramente o cálice, os
cibórios com hóstias a serem consagradas e depois o vinho e a água. O trabalho
principal deles é servir o altar. Cabe a eles trazer ao altar as ofertas do pão
e do vinho, quando não houver procissão das ofertas. Também cabe a eles segurar
as velas ao lado do padre na hora da leitura do Evangelho. E também trazer ao
altar as ofertas dos fiéis.
2.3 - O comentarista
O comentarista deve ser o animador da celebração. Não é papel dele fazer sermões, dar
"broncas", chamar atenção das pessoas. Muito menos, é um militar que
dá ordens. Portanto nunca deve dizer: "de pé",
"sentados"... como dando ordens. Mas faça um convite educado:
"podemos ficar sentados", "fiquemos em pé". Não é tarefa do
comentarista ler as intenções de missas, anunciar cantos ou rezar o Salmo
Responsorial. A tarefa principal dele é ajudar a comunidade a celebrar
dignamente. Por isso, deve estar bem preparado, e não ser um simples leitor do
folheto. Deve estar vestido com sobriedade. Cabe ao comentarista dar as
boas-vindas aos presentes, mas com naturalidade e não insistindo para que o
povo responda, assim: "Não ouvi! Bom Dia a todos!" Fazer o comentário
inicial e convidar o povo para o inicio da celebração; fazer o comentário antes
das leituras e no ofertório se houver a procissão das ofertas. Os avisos podem
ser feitos pelo comentarista, mas, preferencialmente, é uma atribuição do
coordenador da comunidade.
2.4 - Os MECEs
Os Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística, como o nome diz, devem
auxiliar o padre na distribuição da comunhão aos fiéis durante a celebração.
Não devem ocupar o lugar dos coroinhas. Depois do Pai-nosso, já devem buscar os
cibórios do sacrário e deixá-los no altar.
2.5 - Os Cantores
O canto na liturgia é sempre uma oração. É preciso cantar com o coração e não
dar um show ou fazer espetáculo. Deve-se cantar o canto certo na hora certa. O
canto acompanha a ação litúrgica. Por isso deve estar integrado ao momento da
celebração. Assim: o canto de entrada termina quando o presidente chega no
altar; o canto de ofertório só tem sentido enquanto o padre apresenta as
ofertas e o canto de comunhão durante a comunhão dos fiéis. Não se deve cantar
todas as estrofes dos cantos, mas apenas as necessárias para acompanhar os
ritos.
Os cantos devem ser escolhidos com critérios, apropriados para cada momento da
celebração. Sobretudo nas partes fixas da missa: Ato Penitencial, Glória,
Santo, Cordeiro de Deus. Esses cantos devem ser cantados inteiros.
Não é porque na letra do canto tem a palavra Santo ou Glória que seja adequado
para aquele momento. Por exemplo: na hora do Santo, cantar o canto "O
Senhor é Santo, Ele esta aqui..."; ou na hora do Glória, o canto "Na
beleza do que vemos Deus nos fala ao coração..."; ou "João viu o
número dos redimidos...". Há muitos cânticos, que, embora contendo uma
mensagem linda, não são litúrgicos.
É louvável cantar os refrões da Oração Eucarística e, sobretudo, o Amém da
doxologia final. Mas, é preciso que os cantores estejam atentos para não deixar
silêncios na oração.
O presidente da celebração deve ser avisado antes da missa sobre as partes
fixas que serão cantadas: Ato Penitencial, Glória, Santo, Refrões da Oração
Eucarística, Amém da doxologia, Cordeiro; tudo isso deve constar na Ficha
Litúrgica.
Quanto ao "Cordeiro de Deus...", quando não for cantado, deve ser
iniciado por um cantor; ou, o comentarista, ou um ministro... Não cabe ao padre
iniciá-lo.
O canto não é patrimônio de alguns. Toda a assembléia deve cantar e não
"assistir um grupo cantar". A função do grupo de cantos é ajudar o
povo a cantar. Ninguém deve cantar no lugar do povo. É preciso também evitar
cantos exclusivos de um ou outro movimento de espiritualidade. Por exemplo:
cantar somente cantos da Renovação Carismática só porque eles são os
responsáveis pela celebração. A Missa não é exclusividade dos movimentos
eclesiais.
É preciso estar atento para uma certa "inflação de cantos", sobretudo
no início da missa. Canta-se o canto de entrada, o Sinal da Cruz, o ato
penitencial e o Glória.
Os ensaios de canto não devem ocupar todo o tempo até em cima da hora da missa.
E nos ensaios é preciso evitar repreensões, broncas, exibicionismos...
Os instrumentos musicais devem ser afinados antes e não quando a igreja já está
repleta de gente. O mesmo se faça com o ajuste dos microfones.
O som dos instrumentos musicais não deve abafar a voz da assembléia, mas apenas
sustentar o canto.
Alguém do grupo deve anunciar os cantos com clareza: "Cantemos o canto
número...". Ao anunciar o canto é bom esperar o povo levantar-se ou
sentar-se, porque o barulho impede que se ouça o que é dito. Ao anunciar o
canto de entrada nunca dizer: "Fiquemos em pé para receber o celebrante
com o canto...". O canto de entrada não é para receber o padre, e sim para
iniciar a celebração.
2.6 - Os leitores
Quando na Igreja se lêem as Escrituras, é Deus que fala. O leitor empresta a
sua voz a Deus. Conclui-se daí que os leitores devem preparar bem a leitura,
isto é, a Proclamação. O leitor deve proclamar a Palavra de Deus e não apenas
ler. As palavras devem nascer do coração e não apenas dos lábios. Por isso, é
preciso escolher pessoas que lêem bem. Os leitores usem trajes adequados para a
celebração.
As leituras sejam feitas do Lecionário ou da Bíblia e não do folheto. O lugar
adequado para as leituras é a Mesa da Palavra ou Ambão.
O leitor não se faça esperar. Coloque-se à Mesa da Palavra para iniciar a
leitura sem demora, não deixando um 'vazio' na celebração. Não deve dizer:
Primeira Leitura; Segunda Leitura; muito menos ler a citação bíblica. Mas
iniciar diretamente a Leitura citando o Livro bíblico de onde foi tirado o
texto: Leitura da Profecia de...; Leitura da Carta de São Paulo aos...
A procissão solene da Palavra não precisa ser feita em todas as missas. O
Lecionário deve ser levado na procissão de entrada por um dos leitores.
Quando houver uma entrada solene da Palavra, que seja bonita e não demorada; as
pessoas devem caminhar com naturalidade e não com passos de câmara-lenta. A
Bíblia ou Lecionário usado na procissão deve ser usado para as leituras. Não
tem sentido trazer um livro e ler a Palavra de Deus de outro. Não se leva a
Bíblia no ofertório, porque a liturgia da Palavra termina com a Oração dos
fiéis.
2.7 - O Salmista
O Salmo responsorial faz parte da Liturgia da Palavra e não pode ser
substituído por outro canto. Cantado ou rezado, o Salmo Responsorial é a
resposta à Leitura proclamada. De preferência deve ser cantado ou rezado na
Mesa da Palavra.
O salmista canta ou lê o refrão e a assembléia repete. Depois de cada estrofe
se repete o refrão apenas uma vez. O mesmo vale para o final do salmo. Onde não
há folheto litúrgico, o refrão pode ser projetado com datashow, com retropetor,
ou, simplesmente, escrito num cartaz. No final de cada estrofe, o salmista pode
levantar a cabeça para que a assembléia saiba que é sua vez de repetir o
refrão. Evite-se repetir após as estrofes a ordem: "todos". O
salmista não se faça esperar, criando um 'vazio na celebração'. Esteja
posicionado perto da Mesa da Palavra para iniciar o Salmo logo após a primeira
leitura.
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