quarta-feira, 5 de junho de 2013

Orientações Litúrgicas (PARTE 03)

2 - AS FUNÇÕES

2.1- A Equipe de Acolhida
A equipe de acolhida, onde houver, deve chegar antes ao local da celebração para acolher as pessoas que chegam. A acolhida deve ser feita com alegria, simpatia e simplicidade. Tudo com muita naturalidade. As desavenças pessoais não devem dificultar um sorriso e um aperto de mão à porta da igreja. O membro da equipe de acolhida podem entregar os folhetos para a celebração ou deixar essa função com as crianças ou para os coroinhas. Cabe à equipe de celebração acompanhar os idosos até o banco; providenciar um lugar para as mães com crianças de colo ou para as grávidas. É também dever da equipe de acolhida fazer com que as pessoas entrem na igreja e não fiquem paradas na porta. Sempre que necessário, a equipe de celebração poderá organizar as procissões, principalmente a das ofertas. No final da celebração a equipe estará na porta da igreja agradecendo a presença das pessoas e convidando para a próxima celebração.

2.2 - Os coroinhas
É muito louvável que haja coroinhas. Mas eles devem ser instruídos. Por exemplo, explicar-lhes que devem levar ao altar primeiramente o cálice, os cibórios com hóstias a serem consagradas e depois o vinho e a água. O trabalho principal deles é servir o altar. Cabe a eles trazer ao altar as ofertas do pão e do vinho, quando não houver procissão das ofertas. Também cabe a eles segurar as velas ao lado do padre na hora da leitura do Evangelho. E também trazer ao altar as ofertas dos fiéis.

2.3 - O comentarista
O comentarista deve ser o animador da celebração. Não é papel dele fazer sermões, dar "broncas", chamar atenção das pessoas. Muito menos, é um militar que dá ordens. Portanto nunca deve dizer: "de pé", "sentados"... como dando ordens. Mas faça um convite educado: "podemos ficar sentados", "fiquemos em pé". Não é tarefa do comentarista ler as intenções de missas, anunciar cantos ou rezar o Salmo Responsorial. A tarefa principal dele é ajudar a comunidade a celebrar dignamente. Por isso, deve estar bem preparado, e não ser um simples leitor do folheto. Deve estar vestido com sobriedade. Cabe ao comentarista dar as boas-vindas aos presentes, mas com naturalidade e não insistindo para que o povo responda, assim: "Não ouvi! Bom Dia a todos!" Fazer o comentário inicial e convidar o povo para o inicio da celebração; fazer o comentário antes das leituras e no ofertório se houver a procissão das ofertas. Os avisos podem ser feitos pelo comentarista, mas, preferencialmente, é uma atribuição do coordenador da comunidade.

2.4 - Os MECEs
Os Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística, como o nome diz, devem auxiliar o padre na distribuição da comunhão aos fiéis durante a celebração. Não devem ocupar o lugar dos coroinhas. Depois do Pai-nosso, já devem buscar os cibórios do sacrário e deixá-los no altar.

2.5 - Os Cantores
O canto na liturgia é sempre uma oração. É preciso cantar com o coração e não dar um show ou fazer espetáculo. Deve-se cantar o canto certo na hora certa. O canto acompanha a ação litúrgica. Por isso deve estar integrado ao momento da celebração. Assim: o canto de entrada termina quando o presidente chega no altar; o canto de ofertório só tem sentido enquanto o padre apresenta as ofertas e o canto de comunhão durante a comunhão dos fiéis. Não se deve cantar todas as estrofes dos cantos, mas apenas as necessárias para acompanhar os ritos.
Os cantos devem ser escolhidos com critérios, apropriados para cada momento da celebração. Sobretudo nas partes fixas da missa: Ato Penitencial, Glória, Santo, Cordeiro de Deus. Esses cantos devem ser cantados inteiros.
Não é porque na letra do canto tem a palavra Santo ou Glória que seja adequado para aquele momento. Por exemplo: na hora do Santo, cantar o canto "O Senhor é Santo, Ele esta aqui..."; ou na hora do Glória, o canto "Na beleza do que vemos Deus nos fala ao coração..."; ou "João viu o número dos redimidos...". Há muitos cânticos, que, embora contendo uma mensagem linda, não são litúrgicos.
É louvável cantar os refrões da Oração Eucarística e, sobretudo, o Amém da doxologia final. Mas, é preciso que os cantores estejam atentos para não deixar silêncios na oração.
O presidente da celebração deve ser avisado antes da missa sobre as partes fixas que serão cantadas: Ato Penitencial, Glória, Santo, Refrões da Oração Eucarística, Amém da doxologia, Cordeiro; tudo isso deve constar na Ficha Litúrgica.
Quanto ao "Cordeiro de Deus...", quando não for cantado, deve ser iniciado por um cantor; ou, o comentarista, ou um ministro... Não cabe ao padre iniciá-lo.
O canto não é patrimônio de alguns. Toda a assembléia deve cantar e não "assistir um grupo cantar". A função do grupo de cantos é ajudar o povo a cantar. Ninguém deve cantar no lugar do povo. É preciso também evitar cantos exclusivos de um ou outro movimento de espiritualidade. Por exemplo: cantar somente cantos da Renovação Carismática só porque eles são os responsáveis pela celebração. A Missa não é exclusividade dos movimentos eclesiais.
É preciso estar atento para uma certa "inflação de cantos", sobretudo no início da missa. Canta-se o canto de entrada, o Sinal da Cruz, o ato penitencial e o Glória.
Os ensaios de canto não devem ocupar todo o tempo até em cima da hora da missa. E nos ensaios é preciso evitar repreensões, broncas, exibicionismos...
Os instrumentos musicais devem ser afinados antes e não quando a igreja já está repleta de gente. O mesmo se faça com o ajuste dos microfones.
O som dos instrumentos musicais não deve abafar a voz da assembléia, mas apenas sustentar o canto.
Alguém do grupo deve anunciar os cantos com clareza: "Cantemos o canto número...". Ao anunciar o canto é bom esperar o povo levantar-se ou sentar-se, porque o barulho impede que se ouça o que é dito. Ao anunciar o canto de entrada nunca dizer: "Fiquemos em pé para receber o celebrante com o canto...". O canto de entrada não é para receber o padre, e sim para iniciar a celebração.

2.6 - Os leitores
Quando na Igreja se lêem as Escrituras, é Deus que fala. O leitor empresta a sua voz a Deus. Conclui-se daí que os leitores devem preparar bem a leitura, isto é, a Proclamação. O leitor deve proclamar a Palavra de Deus e não apenas ler. As palavras devem nascer do coração e não apenas dos lábios. Por isso, é preciso escolher pessoas que lêem bem. Os leitores usem trajes adequados para a celebração.
As leituras sejam feitas do Lecionário ou da Bíblia e não do folheto. O lugar adequado para as leituras é a Mesa da Palavra ou Ambão.
O leitor não se faça esperar. Coloque-se à Mesa da Palavra para iniciar a leitura sem demora, não deixando um 'vazio' na celebração. Não deve dizer: Primeira Leitura; Segunda Leitura; muito menos ler a citação bíblica. Mas iniciar diretamente a Leitura citando o Livro bíblico de onde foi tirado o texto: Leitura da Profecia de...; Leitura da Carta de São Paulo aos...
A procissão solene da Palavra não precisa ser feita em todas as missas. O Lecionário deve ser levado na procissão de entrada por um dos leitores.
Quando houver uma entrada solene da Palavra, que seja bonita e não demorada; as pessoas devem caminhar com naturalidade e não com passos de câmara-lenta. A Bíblia ou Lecionário usado na procissão deve ser usado para as leituras. Não tem sentido trazer um livro e ler a Palavra de Deus de outro. Não se leva a Bíblia no ofertório, porque a liturgia da Palavra termina com a Oração dos fiéis.

2.7 - O Salmista
O Salmo responsorial faz parte da Liturgia da Palavra e não pode ser substituído por outro canto. Cantado ou rezado, o Salmo Responsorial é a resposta à Leitura proclamada. De preferência deve ser cantado ou rezado na Mesa da Palavra.
O salmista canta ou lê o refrão e a assembléia repete. Depois de cada estrofe se repete o refrão apenas uma vez. O mesmo vale para o final do salmo. Onde não há folheto litúrgico, o refrão pode ser projetado com datashow, com retropetor, ou, simplesmente, escrito num cartaz. No final de cada estrofe, o salmista pode levantar a cabeça para que a assembléia saiba que é sua vez de repetir o refrão. Evite-se repetir após as estrofes a ordem: "todos". O salmista não se faça esperar, criando um 'vazio na celebração'. Esteja posicionado perto da Mesa da Palavra para iniciar o Salmo logo após a primeira leitura.

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